Quase dois bilhões de pessoas na Terra possuem presbiopia, e o número continua a aumentar com o decorrer do tempo.
Com uma variedade de abordagens investigativas para o tratamento da presbiopia avançando ao longo do caminho de aprovação regulatória, surge a pergunta: Onde estamos agora em relação ao tratamento da presbiopia?
Cheryl Guttman Krader relata do ASCRS Refractive Day 2021 que novas opções para o tratamento da presbiopia estão no horizonte.
Na Palestra Steinert Refractive em Las Vegas- EUA, Marguerite McDonald, pegou emprestada uma citação de Winston Churchill que ela disse ser a resposta perfeita para a presbiopia:
“‘Agora este não é o fim. Não é nem o começo do fim. Mas talvez seja o fim do começo’”
citou a Dra. McDonald.
Além disso, McDonald destacou as limitações dos tratamentos de presbiopia atualmente disponíveis e outros tratamentos abandonados. A maior parte de sua palestra revisou abordagens farmacológicas, cirúrgicas e baseadas em lentes de contato no desenvolvimento clínico.
• Abordagens farmacológicas
Para o tratamento da presbiopia são utilizados uma série de produtos baseados na construção da pupila para aumentar a profundidade de foco e uma única modalidade destinada a suavizar o cristalino para melhorar a acomodação. Atualmente, oito empresas estão desenvolvendo um agente constritor da pupila para o tratamento da presbiopia, e a maioria contém pilocarpina.
“O que há de novo nesses tratamentos é que eles contêm uma concentração muito menor de pilocarpina do que a que já foi usada para o glaucoma, e eles a formulam em veículos de entrega sofisticados”
disse McDonald.
Dos colírios à base de pilocarpina, o Allergan é o mais avançado no caminho para a aprovação regulatória.
O benefício da visão de perto foi alcançado sem nenhum impacto negativo na visão à distância, porém há alguns efeitos colaterais, como cefaleia, hiperemia conjuntival e acuidade visual turva, ocorrendo em menos de 3% dos pacientes tratados. Como os efeitos adversos foram basicamente leves, não levaram à descontinuação do tratamento, segundo McDonald.
• Abordagens cirúrgicas
Realizado com um laser de fibra infravermelho sob anestesia, o Opti-K é um procedimento rápido e não invasivo, que causa desconforto mínimo e não envolve tempo de inatividade. Embora o efeito do tratamento possa regredir completamente em um a dois anos conforme a refração presbiopica muda, o Opti-K pode ser repetido com segurança, ao contrário de outros procedimentos de ceratoplastia térmica.
“Uma gota de esteróide tópico administrado ao final do procedimento é a única medicação necessária no pós-operatório. Entre quase 1.400 olhos tratados em ensaios clínicos, não houve nenhum caso de um cilindro induzido maior que 1 D ou perda de BSCVA (sigla para “Melhor acuidade visual corrigida para óculos”, em inglês) de duas linhas ou mais no acompanhamento de um ano.”
Olhando para o futuro, a Dra. McDonald discutiu a mudança do índice de refração induzida por laser, uma técnica de laser em desenvolvimento para alterar o índice de refração da córnea, lentes intraoculares (IOLs) e lentes de contato.
Alcançando a mudança de maneira altamente localizada, o tratamento da córnea modifica a densidade das fibrilas de colágeno sem causar ablação do tecido. Dados de um mês, de nove pacientes mostraram melhora significativa na visão de perto e córneas claras sem dispersão de luz, resposta de cicatrização de feridas ou inflamação.
“Com este tratamento não invasivo, não há necessidade de colírios de antibióticos ou esteróides no pós-operatório. Estudos em animais mostram que quase não tem efeito sobre os nervos da córnea, sugerindo que pode ser improvável que cause olho seco”
Aplicado a uma IOL, o LIRIC pode converter uma óptica monofocal em um design multifocal ou vice-versa. Também está sendo desenvolvido para criar lentes de contato difrativas.
E você, também está informado sobre as pesquisas sobre a evolução dos tratamentos visuais?
Deixe abaixo seu comentário.
*Marguerite B McDonald MD é Professora Clínica de Oftalmologia no Centro Médico Lagone da New York University, Nova York, EUA – margueritemcdmd@aol.com
Deixe um comentário